Mulher gestora de Vida e Liberdade. Mulher Educa e constrói Fraternidade

Participantes das comunidades recebem material de apoio da CF-2022.

A semana da mulher está sempre inserida no calendário da Igreja no tempo quaresmal, portanto sempre no momento em que vivemos também a Campanha da Fraternidade,  que este ano traz para nossa reflexão o tema Educação e Fraternidade. A educação é uma prática de Liberdade, deve construir, portanto laços de fraternidade e ser um caminho para a construção de uma vida digna para todas as pessoas.

A educação nos permite a promoção humana de tal forma que se esgotem todas as formas de tentações para possibilitar  uma entrega total de nossa vida ao Deus da Vida, que nos educa com sabedoria  e nos ensina com amor. Mas é somente através de nosso testemunho de acolhida a outra pessoa, de destruição de instrumentos de opressão e violência e do exercício da Caridade que liberta que podemos transformar a vida em uma oferenda de paz. A vida das mulheres. A vida de toda a humanidade.

Mas não há paz onde reina a injustiça, o medo, a mentira, corrupção e toda forma de violência. Não há paz onde existe negação de direitos, preconceito, exclusão e uma cultura de morte.

Nós mulheres representamos a maioria da população do planeta e do país e segundo dados  do IBGE (2020) entre os anos de 2014-2019 quase 10 milhões de mulheres assumem posto de chefia de suas famílias. Cuidam sozinhas de filhas e filhos e de todas as demandas familiares.  Educam. Amam.

Os dados do censo escolar também de 2020 dão conta de que 96% de mulheres são as profissionais da educação infantil em nosso país. São as mulheres professoras das crianças! O MEC em 2019 nos fornece uma informação importante sobre a escolaridade de mulheres e homens inseridas e inseridos no mercado de trabalho: 30% das mulheres tem curso superior e homens somente 24%. E o IBGE no mesmo ano informa que 65% dos mais de seis milhões de profissionais da saúde  são mulheres.

Mesmo com tanta participação e representatividade social sendo a maioria da população a mulher  não está  em uma situação confortável. Pois persiste a violência, e o preconceito. Toda essa realidade merece uma reflexão por parte de toda a sociedade. O que fazer para encontrar saídas para essa problemática que tem ceifado vidas  de milhares de mulheres pelo Brasil a fora?

Em 2020 segundo dados do IBGE o Brasil registrou 1.338 assassinatos de mulheres. O Atlas da violência de 2021 nos diz que 60% de mulheres que foram assassinadas são mulheres negras e em 2019,  33,3% dessas mortes aconteceram dentro da casa da vítima. O Fórum de Segurança Pública Nacional em 2021 aponta que houve um aumento de 8,3% nos casos de estupros ocorridos no país em relação à 2020 e somente no primeiro semestre de 2021, 04 mulheres forma vítimas de feminicídio por dia. Uma violência persistente e crescente.

Mulher gestora da Vida. Mulher educadora de nossas crianças. Mulher cuidadora da reprodução da Vida precisa romper essas correntes da violência para poder vislumbrar um mundo de Paz e Fraternidade. E toda sociedade precisa vir junto nessa luta.