SANTO AFONSO: um homem para nosso tempo

Santo Afonso Maria de Ligório (*1696 – U1787) tem gravada sua marca pessoal e carismática nos últimos 300 anos da história da Igreja. Sua contribuição teológica, pastoral, espiritual segue produzindo frutos em todas as dimensões da vida cristã e eclesial de nossos dias. Nesta data (01/08) em que a Igreja celebra sua passagem deste mundo para o reino dos bem aventurados, convém fazer uma breve memória de Santo Afonso Fundador da C.Ss.R., Doutor da Igreja, Padroeiro dos Moralistas e Confessores e apaixonado devoto de Nossa Senhora.

Aos 16 anos, Afonso, de família nobre de Nápoles, Itália, já era advogado e iniciava o sucesso profissional nos tribunais. Porém, decepcionado, abandonou a profissão, despediu-se da família e foi para o seminário, tornando-se padre diocesano. Seu apostolado tinha um foco bem definido: anunciar Jesus Cristo aos mais abandonados, especialmente aos pobres. Com este propósito, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor – C.Ss.R. – , formada por padres e irmãos que se dedicam, desde aquele tempo até hoje, a anunciar o evangelho aos mais abandonados, especialmente aos pobres. A Congregação Redentorista representa um dos mais importantes legados de Santo Afonso à Igreja e hoje conta com cerca de 5.000 membros enviados em missão por mais de 80 países.

Nos intervalos de missões e retiros, Santo Afonso se dedicava incansavelmente ao estudo e à escrita. Escreveu mais de 110 obras, buscando popularizar os ensinamentos da Igreja e da Bíblia. Mas o seu grande trabalho intelectual foi na área da Teologia Moral. Escreveu um grande tratado de Moral, para ajudar os padres e professores na orientação dos fiéis. Defendeu, com profunda argumentação, o primado da consciência:  esta deve ser respeitada e bem formada, porque, em última análise, cada pessoa responde perante Deus a partir de sua consciência. Sua Teologia moral não é nem laxista (cada um faz o que quer), nem rigorista (baseada na dureza da lei), mas a moral da benignidade: Deus é um Pai bom e misericordioso no julgamento.

 A profundidade de sua Teologia Moral deu a Santo Afonso o insigne título de Doutor da Igreja e de Padroeiro dos Moralistas e Confessores. Ainda hoje os missionários redentoristas, como genuínos filhos de Santo Afonso, continuam estudando e ensinando Teologia Moral, um ensino desafiador, porque se debruça sobre os problemas e as angústias do homem moderno, buscando as melhores respostas a partir da fé, do evangelho e das sãs tradições cristãs.

Santo Afonso distingue-se, ainda, pela profundidade espiritual e ascética. Foi homem de constante oração, de muitas penitências e de profundo amor a Jesus Cristo. Entre suas obras de espiritualidade destaca-se a “A Prática do Amor a Jesus Cristo” e a oração como “O grande Meio de Salvação”. Maria, a Mãe de Misericórdia, modelo de vida do cristão e dispensadora de todas as graças foi a companheira inseparável de Afonso, objeto de suas mais emocionadas orações e tema de um de seus livros mais lidos: “Glórias de Maria”.  Por suas obras e seu testemunho, Santo Afonso continua inspirando o povo de Deus ainda nos tempos atuais.

Pe. Edezio, CSsR

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